Fluxo de atendimento a vítimas de violência é alinhado em encontro regional em Araxá
Notícias / / 12, Julho, 2025

Representantes de oito cidades da microrregião (Araxá, Campos Altos, Ibiá, Perdizes, Santa Juliana, Pratinha, Pedrinópolis e Tapira) se reuniram no Centro Administrativo da Prefeitura de Araxá, na última quarta-feira (9), para uma capacitação que teve o objetivo de reforçar o fluxo de acolhimento a quem sofre violência doméstica, familiar ou sexual.
O encontro foi promovido pela Superintendência Regional de Saúde (SRS Uberaba) e contou com técnicos e representantes das secretarias de Saúde, Assistência Social, Educação e dos Conselhos Tutelares de todos os municípios participantes.
A capacitação foi conduzida por Edinel de Ávila, referência técnica em Vigilância das Violências e Saúde do Trabalhador da Superintendência Regional. Ela apresentou dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, que evidenciam o crescimento da violência sexual, com um caso de estupro a cada seis minutos.
O momento também chamou atenção para detalhes do fluxo de atendimento, destacando a gravidade das diferentes faces da violência e como, muitas vezes, elas são minimizadas. Também foram apresentadas estatísticas locais: em 2024, Araxá registrou 212 ocorrências de violência, sendo 48 de natureza sexual e 34 estupros de vulneráveis (pessoas até 14 anos).
“É impressionante o número de meninas gestantes que chegam à rede de saúde após sofrer estupro e muitos profissionais encararem isso como um caso comum de maternidade. Criança não é mãe e não pode ser obrigada a ser mãe. Por isso, cada ficha de notificação de violência deve ser preenchida com rigor. O documento não é burocracia, mas um instrumento de intervenção para cessar o ciclo de abuso. E cabe a toda a rede — saúde, judiciário, polícia militar, CREAS, CRAS, Conselhos Tutelares e do Idoso — colaborar para dar fim a essa violência”, destaca Edinel de Ávila.
A Santa Casa de Misericórdia de Araxá é o local de referência para atender esse tipo de violência para pacientes da cidade e de toda a microrregião, oferecendo atendimento humanizado e coleta de vestígios sem expor a vítima.
A coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Araxá, Marcela Castro, explica que o objetivo do encontro foi fortalecer o papel que cada agente da rede representa no acolhimento às vítimas, sejam adultos ou crianças. “Não basta ter porta aberta; precisamos garantir que cada vítima saiba para onde ir e encontre atendimento rápido, respeitoso e integrado. Cuidar de quem já sofreu violência é responsabilidade de todos, e o objetivo é garantir que vítimas sejam protegidas de fato, acolhidas com empatia e segurança desde o primeiro atendimento”, ressalta Marcela.
Fonte: Assessoria de Comunicação Araxá